Os Lobos recebem hoje o Norwich City, no Molineux, bem classificados e no rescaldo da entrega a Bruno Lage do prémio de Treinador do Mês da Premier League, graças ao excelente desempenho em janeiro. Depois da vitória frente ao Sheffield United na eliminatória anterior, o técnico português espera fazer o mesmo este sábado e para isso irá contar com uma equipa fisicamente mais fresca, após a paragem de inverno.
Sobre apresentar uma equipa forte
“Certamente. O que eu quero sempre é apresentar o melhor 11 para cada jogo e amanhã [hoje] farei o mesmo. Os jogadores [regressados] trabalharam connosco, mas ainda não estão prontos. Eles precisam de mais tempo, para este jogo e talvez para a próxima semana.
“Não podemos pensar três meses à frente, por isso temos que o fazer dia a dia. Para ganhar competições com o Wolves, sobretudo aqui, onde estão as melhores equipas do mundo, é difícil, pelo que a única coisa que podemos controlar é o nosso trabalho”.
Sobra a boa forma dos Lobos
“Tem a ver com a forma como os jogadores têm trabalhado desde o primeiro dia. Vejo a equipa crescer todos os dias. É a única coisa que podemos controlar nesta profissão – a forma como trabalhamos no duro e colocamos os jogadores a trabalhar no duro. Depois disso, os resultados aparecem.
“Claro que isso demora tempo, porque precisamos de tempo para trabalhar e para os jogadores entenderem melhor as minhas ideias. Mas agora a equipa já alcançou a consistência para jogar da forma que queremos, tem personalidade para jogar com bola, e agora tem a ver com o caráter da equipa e dos jogadores, bem como com o meu caráter e ambição para continuar. Ainda temos muitas coisas para conquistar, precisamos de continuar a trabalhar todos os dias”.
Sobre o futuro
“Eu acredito muito na solidez das coisas, e isso significa treinar muito bem. Amanhã [hoje] vamos defrontar um opositor forte e um dos melhores treinadores de Inglaterra. Eu sou o Treinador do Mês, talvez ele [Dean Smith] seja o “assassino” do mês porque todos os que o defrontaram no último mês foram despedidos a seguir, o que é curioso.
Ele fez um trabalho fantástico no Aston Villa, um trabalho fantástico no Brentford e, mais uma vez, ele chega ao Norwich e está a sair-se muito bem. Mas, por agora, o nosso foco está no jogo de amanhã [hoje].
Sobre a pausa de inverno
“Quando estás nesta posição, é difícil. Eu fui a casa, passei algum tempo com a minha família, mas enquanto eles dormiam eu via as análises dos nossos jogos desde o primeiro dia, e isso foi muito bom. Mostrei aos jogadores as coisas melhores, para eles compreenderem o momento em que estamos e o que temos vindo a fazer, com bola e sem bola.
Estamos a jogar com uma linha de cinco, mas a fazê-lo de uma forma ofensiva. Eles podem jogar em 5-3-2, 5-2-3, 5-4-1, algumas equipas mudam a meio do jogo, e nós temos que nos adaptar. Esse é o grande desafio, porque eu preciso de encontrar soluções para jogar contra equipas de topo, treinadores de topo e sistemas de topo.
“Foi por isso que utilizei a minha pausa de inverno para me preparar para a segunda metade da época. Descansei, mas gosto de estar no controlo de tudo. Os jogadores não necessitam de compreender tudo, precisam de compreender o trabalho deles. Mas eu quero compreender o todo para que lhes possa falar sobre as coisas específicas que eles precisam saber. Se eu controlar tudo, fico mais relaxado e então posso descansar”.
Sobre a passagem de informação aos jogadores
“Quando estou a trabalhar com os jogadores, quero que eles me sintam como se eu fosse um jogador. É por isso que eu nunca faço uma reunião ou um exercício, passo muito tempo a tentar compreender como seria se estivesse do outro lado, se estivesse a receber a mensagem do treinador. Nós queremos criar este bom ambiente para as pessoas, temos que nos sentir confortáveis e felizes com o nosso trabalho”.
Sobre a adaptação de Chiquinho
“É um jogador que o clube seguiu na época passada e é um bom jogador. Ele pode ajudar-nos agora, mas é mais um jogador para o futuro. Estava a ter um bom desempenho em Portugal, o clube perguntou a minha opinião e decidimos trazê-lo agora. Aquilo que queremos sempre é dar-lhes a possibilidade de treinarem com jogadores de topo, neste ambiente, e depois a oportunidade de jogarem na Premier League. Isso vai depender da forma como se adaptam e trabalham.
“Ele precisa de se adaptar. Não lhe posso pedir, com uma semana de trabalho, que faça as mesmas coisas que o Adama fazia, sobretudo neste último mês. Ele ajudou muito a equipa. Não posso pedir as mesmas coisas ao Chiquinho, mas ele está aí. Temos um miúdo da Academia, o Chem [Campbell], eu coloco estes miúdos ao mesmo nível porque o Chem estava a trabalhar connosco desde o primeiro dia e também tem o mesmo perfil”.