Um mês após o início da pré-temporada, Lage lança um olhar sobre o seu plantel e coloca grande ênfase na competitividade entre os jogadores, com duas opções genuínas em cada posição como seu objetivo. Satisfeito com o que viu até agora nos treinos e nos sete jogos de preparação, a atenção do treinador português estará a começar a direcionar-se para a Premier League. No entanto, pretende que os seus jogadores se concentrem no presente e tirem o melhor partido uns dos outros.
Sobre primeiras impressões acerca do plantel
"Muito, muito bom! O ambiente, as amizades entre eles. As pessoas falam sempre do grande espírito da equipa e agora consigo verificar isso. Mas, e porque acredito que no futebol é assim, a primeira mensagem que lhes transmiti é a de que não podemos viver do passado.”
"Eu estava aqui (em Inglaterra) quando eles começaram este ciclo de quatro anos, na altura no Sheffield Wednesday, e pude ver o que a equipa técnica anterior e todos os jogadores fizeram pelo Wolves. Ganharam o Championship, chegaram à Liga Europa, foi brilhante, fantástico.”
"Mas agora temos de compreender que ninguém vive no passado, nem ninguém vive no futuro. Eu era um bom jogador, ou serei um bom jogador de futebol - não é importante. O que é importa é o dia a dia. Agora interessa sentir, ver, e continuar com foco para trazer sucesso ao nosso clube.”
Sobre o quanto os jovens o têm impressionado
"Muito. Estou feliz com todos os rapazes. Um bom exemplo é o que eles fizeram na segunda parte contra o Las Palmas. Tiveram a oportunidade de trabalhar comigo durante três semanas e saíram-se muito bem.”
"Fiquei muito contente por eles. Se após três semanas de trabalho conseguimos fazer isto, agora, que vamos ter todo o plantel connosco, a nossa ambição será a de jogar como fizemos nessa segunda parte. Também vi coisas boas no jogo frente o Al Shabab.”
"Em cinco jogos, ganhámos três e perdemos dois, mas não se trata de ganhar ou perder. Nessas partidas, fizemos coisas boas, havendo, claro, coisas que precisamos de melhorar, mas estou muito contente com o trabalho.”
"O mais importante é ser competitivo. Falo com o nosso presidente uma ou duas vezes por semana e todos os dias com o nosso diretor desportivo, e eles sabem que eu acredito que os jogadores devem ser competitivos. É por isso que sou da opinião de que precisamos de criar um plantel assim - competitivo. Quero o melhor, quero dois bons jogadores para cada posição.”
"Por vezes estou a brincar com os jogadores, Tens de ir dormir e sonhar com o teu parceiro, tens que estar pronto para competir pelo teu lugar. Se criar isto no plantel, esta dinâmica, eu, como treinador, ficarei mais feliz porque terei soluções no coletivo”.
"É bom para eles (jogadores) porque, à medida que estão a competir, estão a melhorar, e também para os adeptos, porque se tivermos uma equipa forte e competitiva, com certeza podemos ganhar mais jogos e eles ficarão mais felizes".
Sobre transmitir a sua filosofia aos jogadores
"Agora é o melhor momento para o fazer. Durante as primeiras três semanas, não tínhamos aqui todos os jogadores, mas agora, com o plantel todo presente, podemos fazer isso. Antes do treino temos uma pequena reunião, na qual podemos ver vídeos e eu explico as minhas ideias para trabalhar esta ou aquela situação. Assim eles podem ver, temos a oportunidade de discutir e, no final, vamos praticar.”
"Nesse processo, vamos avançando passo a passo. Estamos a criar as minhas ideias e começamos a ligá-las com as capacidades e habilidades dos nossos jogadores".
Sobre utilizar as experiências anteriores
"Este é o processo. Esta é a nossa vida. Cada experiência que se tem, no nosso país ou fora dele, de conhecer pessoas, de trabalhar com pessoas diferentes também. Isto tem a ver com tentar coisas diferentes, ter experiências novas. Quando tinha 35 anos mudei toda a minha vida - trabalhei no Benfica, depois mudei-me para o Dubai… desde então, tenho tido muita experiência.”
"Penso que foi o passo que dei, ou a direção que tomei, para mudar toda a minha vida. Estou muito orgulhoso dessa decisão, de correr alguns riscos, de sair da minha zona de conforto e, depois disso, as pessoas deram-me oportunidades para trabalhar e aprender com elas, e tantas mais coisas.”
"Agora, sempre que penso nisso, não me preocupo com o futuro, mas sim com o presente, por isso preciso de trabalhar arduamente todos os dias para ter a certeza de que estou pronto para o próximo desafio.”
Sobre ser autêntico nos treinos
"Não sei se é importante, penso que sou eu. Se me quiserem conhecer, estou lá no campo de treino. O que eu faço no treino, sou eu. Vem de mim, é natural, e é por isso que os jogadores se sentem confortáveis. Quando se vê que eles começam a pensar e a jogar com as suas próprias ideias, dá-me grande prazer.”
Sobre os seus objetivos a longo prazo
"O ponto principal é que precisas de estar preparado e de te preparares para o próximo desafio, e por isso estou aqui, a preparar-me a mim próprio. Não posso viver no passado, preciso de viver focado no que estou a fazer agora - para ganhar o próximo jogo.”