Daniel Podence | "Sonhei com isto desde criança"

Daniel Podence está a viver no Wolves um sonho de menino. Em entrevista à Premier League TV confessa que se sente melhor jogador e revela o choque que foi a lesão de Raúl Jimenez. Fala ainda sobre como vai ser passar o primeiro Natal sem pausa competitiva.

Derrotas frente ao Aston Villa e Liverpool

Contra o Aston Villa foi um jogo difícil de perder, porque é uma equipa que compete connosco na tabela classificativa. Jogámos muito melhor do que eles. Tivemos inúmeras oportunidades de golo. No último minuto fizemos um penálti e acabámos por perder. Foi muito duro para nós. Mas temos de manter a cabeça limpa, porque ainda temos muitos jogos pela frente. Estas duas derrotas aconteceram por erros nossos. E contra uma grande equipa como o Liverpool não nos podemos ir abaixo tão facilmente. No entanto, pela forma como aconteceram estas duas derrotas, não saímos afetados. Felizmente, este é um grupo muito coeso e, apesar de serem derrotas, isso ajuda-nos a regressar às vitórias.

Sistema de quatro defesas

É algo que temos vindo a trabalhar. Não é o sistema que estava montado na equipa desde que o treinador chegou, mas com a crescente qualidade de que dispomos, o mister optou por essa nova forma de jogar, em que criamos muito mais situações de perigo e estamos mais tempo em futebol ofensivo. Se é para continuar ou não, não sei. Tudo depende da visão dele. Mas o que importa é que, independentemente do sistema, temos de ganhar, marcar golos e não sofrer.

Sobre Raúl Jimenez

Tenho falado todos os dias com ele. Está muito bem para aquilo que se pensava. Mas, claro, não está o mesmo que era há um mês. Agora é ver as melhoras semana após semana. É muito difícil podermos dizer quando é que ele pode voltar. Provavelmente, nem ele o pode dizer. Primeiro está a saúde e só depois o futebol.

Fábio Silva no lugar de Raúl Jimenez

Toda a gente sabe que o Raúl é um grande jogador. Muito útil para nós, porque ele marca golos e ajuda-nos muito. Mas agora ele não pode jogar e nós temos o Fábio. É um miúdo que está sempre a querer aprender e tem muita qualidade. Portanto, acho que este é o momento dele. Ele pode ajudar-nos. E se a equipa jogar bem, também o pode ajudar a evoluir.

Balanço desde a chegada ao Wolves

Estou feliz porque estou a jogar numa liga que me traz muitas coisas boas para a minha carreira. Estou a jogar contra grandes jogadores e ao lado de grandes jogadores. É tudo aquilo com que eu sonhei desde criança. Somos uma boa equipa. Quer a equipa, quer eu individualmente, podemos fazer muitas coisas boas esta época, mas estamos a crescer juntos. Eu próprio estou a crescer jogo a jogo. E fico feliz por ajudar, diariamente, a equipa a tornar-se melhor.

Posição favorita em campo

Para mim, o importante é jogar. Não me importa se a médio ou avançado, o que eu quero é jogar. O treinador conhece a equipa melhor do que eu e ele sabe onde posso ser mais útil. Em toda a minha carreira joguei sempre como extremo. Agora jogo numa posição mais central, atrás do avançado e à frente dos médios. Eu gosto desta posição.

Importância de marcar golos

Ganhar jogos tem a ver com marcar golos. Eu estou bastante melhor frente à baliza do que nos dois últimos anos. Acredito que ainda posso ajudar mais. Estamos em dezembro e eu acredito que vamos todos melhorar muito até maio.

Trabalhar com Nuno Espírito Santo

É um grande treinador. Tem uma forma muito especial de se relacionar connosco enquanto equipa. Antes de eu vir para o Wolves, não sabia nada sobre ele enquanto treinador, mas toda a gente que o conhecia me disse coisas boas. E eu também só posso dizer coisas positivas sobre ele, a sua cultura futebolística e o conhecimento que tem do jogo.

Próximo jogo, frente ao Chelsea

É uma grande equipa. Mas nós também temos uma grande equipa, com excelentes jogadores. Portanto, podemos competir e vamos ter a nossa estratégia para ganharmos o jogo. Ninguém é imbatível. Em nossa casa somos muito melhores, portanto penso que temos muitas hipóteses de vencer.

Natal em Wolverhampton

Vai ser muito diferente, porque ao longo da minha carreira os campeonatos sempre pararam nesta altura do ano. Aqui não vai ser assim. Para mim será um dia normal, como todos os outros. Porque vamos ter um jogo dois dias depois e eu não vou poder comer como antigamente. Não vou poder deitar-me depois das 23h00. Sempre esperei pelo Pai Natal, desta vez não vai ser possível [risos]. Nas outras noites de Natal deitava-me às duas ou três da manhã. Portanto, é uma situação diferente, mas eu vivo bem com isso. Além disso, jogar no Boxing Day é especial para qualquer jogador, porque é um momento importante para a Premier League.