Eis as principais ideias do técnico português:
PASSADO
Percurso no Wolverhampton ao longo das últimas três épocas
Olho para trás com alegria e orgulho de ter feito parte de algo histórico. Foi um grande desafio para nós tentar devolver o Wolves à Premier League. E conseguimos, com muita paixão. Essa alegria funcionou como uma grande motivação para prosseguirmos o nosso trabalho na Premier League, defrontando as melhores equipas do mundo, procurando sempre melhorar. Depois conseguimos fazer o Wolves regressar a uma competição europeia. Tudo isto ajudou a construir aquilo que queríamos: uma equipa competitiva, com talento individual e jogadores que fizeram coisas espantosas.
Chave do sucesso
Acho que temos uma boa base. Construímos nestes três anos uma identidade na maneira como trabalhamos, como competimos e como lidamos uns com os outros. É um forte espírito de equipa, em que sabemos todos que precisamos de dar o melhor de cada um de nós.
PRESENTE
Dificuldades no início da época
Está a ser, claramente, diferente de qualquer outra época em todo o mundo. A pandemia afetou tudo. Provocou uma situação disruptiva na preparação das equipas. Tem sido muito duro para todos os treinadores e jogadores. Difícil, sobretudo, na preparação física. Eles têm muitos jogos para jogar logo no início da temporada. Pessoalmente, penso que temos de melhorar e precisamos de tempo para tal. Ao dizer isto, cada treino e cada jogo são uma oportunidade para nos tornarmos melhores. Portanto, temos de continuar envolvidos e a funcionar como equipa. Mas sempre conscientes de que tem sido muito exigente para os jogadores. Muito, muito exigente.
Saídas e entradas no mercado de transferências
O futebol é assim. E temos de estar preparados para reagir. Quando a equipa tem sucesso e joga bem, normalmente os jogadores são assediados e eles próprios desejam novos desafios. Isso obriga-nos a recrutar novos jogadores e a ter tempo e paciência para que eles se tornem melhores e nos ajudem. Estas coisas são normais.
Saída de Diogo Jota para o Liverpool
Nós não perdemos o Jota. Ele teve três anos fantásticos no Wolves. Com um rendimento máximo e uma dedicação extraordinária. Naturalmente, estas coisas acontecem no futebol. O Diogo foi para o Liverpool. Considero que foi para um grande clube e para uma filosofia onde acho que encaixa. Acredito que o Jurgen Klopp vai continuar a tirar o melhor do Diogo. O que lhe desejamos é o melhor. E que continue a ser muito feliz.
Qualidade da equipa para a presente época
Contratamos jogadores diferentes. Jovens e experientes. Mas mais importante do que quem chega, é a forma como continuamos a trabalhar com quem fica. A nossa filosofia é simples. Temos algo bom, uma identidade, e juntamos novas peças para nos ajudar.
Integração dos novos jogadores
Há sempre casos especiais. Porque alguns dos novos jogadores são mais experientes do que outros, alguns são muito jovens, outros vêm de diferentes países. Mas o que acredito é que o facto de possuirmos uma identidade torna mais fácil e rápida a adaptação. São coisas que têm o seu tempo, exigem muita paciência, e aquilo que fazemos é acompanhar cada jogador. É um processo de trabalho em conjunto. Identificando as necessidades e as soluções para os seus problemas. Mas estou feliz.
Mais jovens portugueses na equipa
Temos de ter a noção de que os jovens jogadores, independentemente da nacionalidade, quando vêm para um país novo, têm de ser apoiados. A juventude traz sempre coisas novas. Mas misturar talento com experiência é o que pode tornar uma equipa melhor.
Razões para tantos portugueses no onze
Porque são bons jogadores. Porque dão boas respostas. Mas também há outras nacionalidades. Aqui não há passaportes. Estamos todos dentro da mesma família. Portanto, aqui não há nacionalidades. Há pessoas dedicadas e unidas.
Paragem para jogos das seleções
Se tivéssemos os jogadores aqui connosco seria bom. Mas temos 16 jogadores envolvidos em jogos das seleções. Se temos 16 e somos uma equipa de 20, a minha resposta é clara. Temos de trabalhar com os que ficaram e esperar que os outros regressem saudáveis.
Importância do regresso às vitórias
O importante foi regressar às boas exibições. Penso que melhoramos nalguns aspetos do jogo, não todos. E isto é o que somos. Trabalhar no sentido de preparar os nossos jogadores para subirem os seus níveis.
Últimos jogos da seleção
Preocupado com tudo o que acontece. Enquanto sociedade, são momentos muito difíceis. Que reflete diretamente nas nossas vidas. Têm sido muito complicado gerir estas cargas físicas a que os jogadores estão sujeitos. Acho que o calendário definido não é o melhor. Tivemos pouco tempo de preparação, depois vieram as seleções, e depois temos de os receber e preparar, novamente, para a competição interna. Vejo os jogos de todos os meus jogadores nas suas seleções. Tenho visto os jogos da seleção portuguesa. É uma grande equipa.
PRÓXIMO JOGO
Leeds United
É uma equipa muito boa. Muito agressiva do ponto de vista defensivo e ofensivo. Tem bons jogadores e um treinador fantástico. O Leeds é uma equipa com uma forma particular de defender, muito física. Portanto, esperamos um jogo muito difícil.
Preparação do Wolves
Estamos agora a receber os jogadores que estiveram nas seleções, que vão chegando em períodos diferentes, o que requer uma preparação diferente. E a nossa prioridade é que, primeiro eles regressem saudáveis e capazes de poderem competir na segunda-feira. Depois, tentar preparar o jogo e competir. Competir como sempre. Compactos, sólidos. E explorar o nosso talento.
FUTURO DA EQUIPA
Objetivos do Wolves para a presente época
Não fazemos esse tipo de análise. O nosso processo é melhorar jogo a jogo. Mas nunca com um objetivo determinado. Acreditamos que trabalhar assim, com o objetivo diário de melhoria, nos vai tornar melhores no futuro. O próximo jogo é o nosso foco. E depois veremos. É simples e é mais fácil para nós. É um trabalho baseado no dia-a-dia.
Perspetivas para as próximas três épocas, após ter renovado o contrato
Penso que é a continuação do nosso trabalho, daquilo que procurámos construir. Começámos há três anos. Por isso é normal que tentemos dar continuidade ao nosso trabalho. Não o fazemos isoladamente. Fazemos parte algo maior.
PANDEMIA
Impacto na equipa e no futebol em geral
Trata-se de perceber de que forma tudo o que está a acontecer afeta cada um individualmente. É muito duro quando vivemos uma situação de pandemia. Independentemente da profissão ou da tarefa que temos. Porque vivemos com medo. E quando vivemos com medo não estamos a ser nós próprios. Portanto, trata-se de compreender o que se está a passar, de que forma isso afeta no jogo. No que toca aos adeptos, é algo insubstituível. Daí que, ao introduzirmos uma mudança direta na atmosfera do jogo, estamos claramente a alterar a performance dos jogadores. É por isso que há coisas estranhas a acontecer. Eu, pessoalmente, não tenho uma resposta clara para tal. É uma questão de procurar lidar da melhor forma com este contexto novo e ir lidando da melhor maneira com os resultados. É muito difícil para toda a gente. Tem um impacto enorme no jogo.
PESSOAL
Paixão durante os jogos
Tento sempre ser eu próprio em todos os momentos da minha vida. Por vezes sou mais paixão. Quando gosto do que vejo sinto-me feliz, quando isso não acontece fico menos contente. Mas procuro sempre estar focado e à procura de saber o que posso fazer para ajudar os meus jogadores.
Relação com os adeptos e a população de Wolverhampton
Sinto-me muito agradecido. Sinto que me acolheram como se fosse um deles. Temos uma ligação forte entre a equipa e os adeptos. As pessoas de Wolverhampton são gente trabalhadora e eu penso que se reveem nesta equipa.
Português na Premier League
Sinto-me orgulhoso. Não só eu, como todos os portugueses aqui no Wolves. E há, também, muitos portugueses na Premier League. Grandes treinadores, grandes jogadores. E é como grupo que representamos o nosso país na melhor liga do mundo.